quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mediunidade inicial





A aura é, portanto, a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do Espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual so­mos vistos e examinados pelas Inteligências Superiores, senti­dos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa.
Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o re­flexo de nós mesmos, nos contatos de pensamento a pensamen­to, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais.
É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídi­ca, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que co­meçaram todos os serviços da mediunidade na Terra, conside­rando-se a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico.
Essa obra de permuta, no entanto, foi iniciada no mundo sem qualquer direção consciente, porque, pela natural apresen­tação da própria aura, os homens melhores atraíram para si os Espíritos humanos melhorados, cujo coração generoso se volta­va, compadecido, para a esfera terrena, auxiliando os compa­nheiros da retaguarda, e os homens rebeldes à Lei Divina alicia­ram a companhia de entidades da mesma classe, transformando-se em pontos de contato entre o bem e o mal ou entre a Luz e a Sombra que se digladiam na própria Terra.
Pelas ondas de pensamento a se enovelarem umas sobre as outras, segundo a combinação de freqüência e trajeto, nature­za e objetivo, encontraram-se as mentes semelhantes entre si, formando núcleos de progresso em que homens nobres assimi­laram as correntes mentais dos Espíritos Superiores, para gerar trabalho edificante e educativo, ou originando processos vários de simbiose em que almas estacionárias se enquistaram mutuamente, desafiando debalde os imperativos da evolução e estabe­lecendo obsessões lamentáveis, a se elastecerem sempre novas, nas teias do crime ou na etiologia complexa das enfermidades mentais.
A intuição foi, por esse motivo, o sistema inicial de inter­câmbio, facilitando a comunhão das criaturas, mesmo a distân­cia, para transfundi-las no trabalho sutil da telementação, nesse ou naquele domínio do sentimento e da idéia, por intermédio de remoinhos mensuráveis de força mental, assim como na atualidade o remoinho eletrônico infunde em aparelhos especiais a voz ou a figura de pessoas ausentes, em comunicação recíproca na radiotelefonia e na televisão.



Evolução em Dois Mundos
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

Ditado pelo espírito André Luiz

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