segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A reencarnação na Bíblia e nos evangelhos


A ideia das vidas anteriores era geralmente admitida entre os hebreus.

A Bíblia e os Evangelhos apresentam inúmeras citações que indicam a doutrina das vidas sucessivas.

Isaías, cap. XXVI, v.19: "Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão".

Job, cap. XIV, v.10 a 14: "Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela voltarei de novo".

S. Mateus, cap. XVI, v.13 a 17 - S. Marcos, cap. VIII, v. 27 a 30: "... porque uns diziam que João Baptista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que um dos antigos profetas ressuscitara...".

S. Mateus, cap. XVII, v.10 a 13; S. Marcos, cap. IX, v.11 a 13: "... É verdade que Elias há-de vir e restabelecer todas as coisas, mas eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve... Então seus discípulos compreenderam que fora de João Baptista que ele falara".

S. João, cap. III, v.1 a 12: "... Jesus lhe respondeu: "Em verdade, em verdade, digo-te, ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo".

Disse-lhe Nicodemos: "Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?". Retorquiu-lhe Jesus: ... "Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo"...

Respondeu-lhe Nicodemos: "Como pode isso fazer-se?". Jesus lhe observou: "Pois quê! És mestre em Israel e ignoras estas coisas?"...

Esta última observação de Jesus demonstra que a reencarnação era ensinada aos intelectuais da época.

Existiam ensinos secretos, reservados aos iniciados, que foram compilados nas diferentes obras dos hebreus e que constituem a Cabala.

Sob o nome de ressurreição, era a reencarnação ponto de uma das crenças fundamentais dos judeus.

Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências são ininteligíveis, na sua maioria, as máximas do Evangelho. Somente o princípio da reencarnação dará a essas máximas o sentido verdadeiro.

Revisão histórica sobre a teoria das vidas sucessivas


A doutrina das vidas sucessivas, ou reencarnação, é também chamada palingenesia, de duas palavras gregas - palin, de novo, e genesis, nascimento.

Foi formulada nos albores da civilização, na Índia. Os povos da Ásia e da Grécia acreditaram na imortalidade da alma e procuravam saber se fora criada no momento do nascimento ou se existia antes.

Nos Vedas e no Bhagavad Gita encontram-se citações sobre a pluralidade das vidas. A religião da Pérsia, o mazdeísmo, apresentava uma concepção muito elevada, a da redenção final, após várias provas expiatórias.

Platão apresenta, no Fedon, a teoria das vidas sucessivas, na afirmação "aprender é recordar".

A escola neo-platónica de Alexandria, com Plotino, Porfírio e Jâmblico, ensinava a reencarnação.

Os romanos, através de Virgílio e Ovídio, falam das vidas sucessivas.

Os gauleses praticavam a religião dos druidas e acreditavam na unidade de Deus e nas vidas sucessivas.

Descartes, Leibnitz e Kant tiveram certa intuição dessa doutrina.

O bramanismo, o budismo, o druidismo, o islamismo baseiam-se na crença das vidas sucessivas.

O cristianismo primitivo não abriu excepção à regra. Orígenes, Clemente de Alexandria e a maior parte dos cristãos dos primeiros séculos admitiam a doutrina da palingenesia.