segunda-feira, 30 de junho de 2008

Francisco



Doce é sentir em meu coração
Que humildemente vai nascendo o amor.
Doce é saber, não estou sozinho,
Sou parte de uma imensa vida,
Que generosa reluz em torno de mim,
Imenso Dom do teu amor sem fim.
O Céu nos destes e as Estrelas claras,
Nosso Irmão Sol, nossa Irmã a Luz
Nossa Mãe Terra com frutos, campos, flores.
O Fogo e o Vento, o Ar e a Água pura,
Fonte de Vida de tuas criaturas,
Imenso Dom do teu amor sem fim!


quinta-feira, 26 de junho de 2008

Prece da caridade



Amigo,

Auxilia-me para que eu te consiga auxiliar.

Não me relegues ao amanhã e nem me ignores a presença.

O Senhor enviou-me ao teu encontro, para que eu te sirva de apoio na senda da elevação.

Em teu caminho, no entanto, estou entregue á tua verdade.

Hoje sou convite, idéia, sugestão... Amanhã, porém, se quiseres, receber-me-ás na contabilidade da vida por passaporte em demanda aos reinos de luz.

Emprega-me com bondade para que os outros nos acolham com entendimento e simpatia.

Protege-me contra a omissão.

Conduze-me na direção daqueles que contam conosco, sem exigir que nos procurem.

Ajuda-me a ouvir qualquer irmão em dificuldade, com paciência e compreensão para que não falte a esperança em todos aqueles que nos requisitem a companhia.

Deixa que o perdão e a tolerância nos sigam de perto a fim de que as nossas palavras não se percam no vazio.

Agradece a moeda ou a migalha de recursos que o Céu te envie às mãos para a nossa lavoura no bem, mas não olvides que a nossa tarefa será sempre constituída de parcelas do nosso amor.

De ti depende a felicidade de prosseguirmos adiante, com a benção de Deus.
Emmanuel

terça-feira, 24 de junho de 2008

Carta a um jovem poeta


Amar também é bom:
porque o amor é difícil.
O amor de duas criaturas humanas
talvez seja a tarefa mais difícil que nos foi imposta,
a maior e última prova,
a obra para a qual todas as outras são apenas uma preparação.
Por isso, pessoas jovens que ainda são estreantes em tudo,
não sabem amar: tem que aprendê-lo.
Com todo o seu ser,
com todas as suas forças concentradas em seu coração solitário,
medroso e palpitante,
devem aprender a amar.
Mas a aprendizagem é sempre uma longa clausura.
Assim, para quem ama, o amor,
por muito tempo e pela vida afora,
é solidão,
isolamento cada vez mais intenso e profundo.
O amor, antes de tudo,
não é o que se chama entregar-se,
confundir-se, unir-se a outra pessoa.
Que sentido teria, com efeito,
a união com algo não esclarecido,
inacabado, dependente?
O amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer,
tornar-se algo em si mesmo,
tornar-se um mundo para si,
por causa de um outro ser;
é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz,
uma escolha e um chamado para longe.
Do amor que lhes é dado,
os jovens deveriam servir-se unicamente como de um convite para trabalhar em si mesmos.
A fusão com outro, a entrega de si,
toda a espécie de comunhão não são para eles;
são algo de acabado para o qual,
talvez, mal chegue atualmente a vida humana.
Creio que aquele amor persiste tão forte e poderoso
em sua memória justamente por ter sido sua primeira solidão
profunda e o primeiro trabalho interior com que moldou a sua vida.

Rainer Maria Rilke


Liberdade


Olhar sua própria imagem refletida num espelho todos se acostumaram desde cedo a fazer.
O difícil é encontrar tempo e, por que não dizer,
a coragem para olhar para dentro de si mesmo.
O olhar para dentro de si implica em confrontos
com nossa pessoa mais verdadeira; aquela que não se adorna nem se mascara.
Dizem que o que os olhos não vêem, o coração não sente; mas as emoções que nos recusamos a sentir permanecem reclusas e comprimidas a espera de um momento em que nossa
fragilidade nos faça diminuir a vigilância. E aí, então elas explodem desordenadas, esparramando sensações com as quais não estamos a acostumados a conviver.
E, por isso mesmo não sabemos domá-las.
Podemos escolher:
Ou vivermos em constante luta para que elas
não escapem ao nosso controle; e aí seremos como um barqueiro conduzindo seu barco num rio pontilhado de pedras.
Ou, então, deixar que elas fluam naturalmente;
e, então, seremos mais verdadeiros
e conscientes de nossa própria identidade.
Olhar para dentro de nós mesmos é começar a
conhecer esta identidade;
Aceitar e compreender o que virmos será o
primeiro passo para caminhar ao encontro de nossa verdadeira liberdade.

Amor verdadeiro

O amor tem segredos que devem ser mantidos, sonhos que necessitam ser perseguidos, momentos que precisam ser esquecidos.
O amor tem dias acesos e apagados, tempos secos e molhados, sentimentos escondidos e declarados.
O amor tem o lado direito e o do avesso, desperta cobranças mas não tem preço.
O amor tem a hora de acordar e a de ir dormir, a de se sacrificar e a de exigir.
O amor precisa saber pedir perdão e sempre inflamar o coração.
O amor de verdade tem raiz, caule, flores e frutos e docemente deve preencher dias, horas, minutos.
O amor tem que pedir licença e ter paciência, tem que ser sonoro, porém, sem ruído, oras incerto, oras preciso.
O amor, às vezes, tem um lado da cama vazio, com cobertas pra proteger do frio.
O amor verdadeiro deve ser um bom amigo, um parceiro inseparável e querido que compreenda e queira escutar, que ajude e saiba cuidar, que se doe sem nada cobrar.
O amor tem portas que não se pode trancar e janelas que não se deve fechar.
O amor verdadeiro corre atrás da felicidade por mais que duvide que ela possa existir e desconhece a palavra desistir.
O amor verdadeiro é simples e certeiro, raramente é o primeiro, costuma ser o derradeiro.
O amor verdadeiro se cansa, mas ele é sábio, deita e descansa, se revigora, se fortalece, se ilumina, aumenta e cresce.
Amar de verdade dá trabalho, pois não existe um atalho pra fugir dos dilemas e por isso se faz necessário enfrentar todos os problemas.
O amor verdadeiro é inteiro, sem partes, pedaços, metades e sobrevive apesar das dificuldades.
O amor verdadeiro é aquele que tenta salvar quando uma das partes pensa em pular ou pula junto para não se separar.

Letícia Thompson

O pirilampo


Nunca te afirmes imprestável.

Num aldeamento de colonização, surgiu um químico dedicado à fabricação de remédios, pesquisando as qualidades de certo arbusto que existia unicamente em cavernas.

Detendo informes de antigos habitantes da região, muniu-se de lâmpada elétrica, vela e fósforos para descer aos escaninhos de grande furna.

O homem começou a distanciar-se da luz do sol e porque as sombra se escondesse, acendeu a lâmpada desdobrando uma corda que, na volta, lhe orientasse o caminho.

A breves instantes, porém, as pilhas se esgotaram. Recorreu aos fósforos e inflamou a vela; entretanto, a vela se derreteu e os fósforos foram gastos inteiramente, sem que ele atingisse o que desejava.

Dispunha-se ao regresso, quando viu em pequeno recôncavo do espaço estreito e escuro, o brilho intermitente de um pirilampo.

Aproximou-se curioso e, à frente dessa luz, achou a planta que buscava, com enorme proveito na tarefa a que se propunha.

Anotemos a conclusão.

Quem não pode ser luz solar, terá possivelmente o clarão da lâmpada. Quem não consegue ser a lâmpada terá consigo o valor de uma vela acesa ou de um fósforo chamejante. E quem não disponha de meios a fim de substituir a vela ou o fósforo, trará sem dúvida, o brilho de um pirilampo.

Emmanuel
Do livro "Recados do Além"
Psicografada por Francisco Cândido Xavier

sábado, 21 de junho de 2008

Forma pensamento


Considerando que toda e qualquer ação e todo e qualquer pensamento fica registrado na memória vital do espírito e no éter-cósmico, pode-se caracterizar as formas-pensamento como concretizações de pensamentos. Por exemplo, se um homem, num ambiente de trabalho, sente inveja de um colega pelo fato de este se mostrar mais competente, mais esforçado e, portanto, mais solicitado e admirado, a inveja do primeiro "cria" no éter-cósmico uma forma-pensamento própria do sentimento. Essa forma-pensamento pode possuir forma física, como a de uma faca, de um homem morto, ou pode possuir forma indefinida, caracterizando apenas o sentimento pelo qual ela foi gerada. A forma-pensamento pode se depositar no éter-cósmico ou pode "colar-se" ao indivíduo invejado, no caso do exemplo em questão, causando-lhe prejuízos psíquicos e até físicos. Está aí a explicação científica do famoso "mau-olhado", agouro direcionado a uma pessoa que, efetivamente, na maioria dos casos, logra prejuízos. Porém, as formas-pensamento não se resumem apenas a sentimentos baixos. Elas podem se originar de sentimentos nobres, como o amor ou a benevolência. Por exemplo, uma mãe, amando profundamente seus filhos, ao assistir ao progresso dos mesmos, se enche de alegria e envia forma-pensamento benéficas a eles, que podem se caracterizar por imagens alegres como um coração, um rosto sorrindo, ou por formas indefinidas mas de cores vivazes e alegres. Também fatos e acontecimentos podem gerar formas-pensamento, como no caso de uma guerra em que muito sangue foi derramado e muitos espíritos sofreram atrozmente e pereceram. Tudo isso pode ocasionar uma grande mancha escura na região onde a guerra se sucedeu, com grande aglomerado de formas-pensamento negativas, gerando, não raro, perturbações de ordem psíquica nos próprios moradores da região, em função da grande quantidade de energias deletérias. Além disso, um determinado homem, através de seus incessantes clamores de inveja, pode, por exemplo, lançar formas-pensamento de um lugar para qualquer outro. Por invejar a casa de um amigo, por exemplo, um indivíduo manda, inconscientemente, formas-pensamento negativas para lá, e as mesmas ficam ali depositadas, gerando diversos males, de acordo com a intensidade do pensamento do emissor. Por isso, é sempre bom pedir em nossas orações ajuda àqueles que, mesmo sem querer, exercem esse maligno prejuízo aos outros, e pedir também que nossa casa, assim como nós mesmos, possamos ser limpos pelos espíritos amigos de quaisquer formas-pensamento negativas que possam ter-se depositado em nossa casa ou em nós. É importante acrescentar que somente os espíritos já evoluídos é que conseguem dar a forma e comandar com plenos poderes suas forma-pensamento; os demais espíritos as produzem inconscientemente.

http://www.plenus.net/arquivos/glossario.html

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Máximas de Allan Kardec


CONSELHOS, REFLEXÕES E MÁXIMAS DE ALLAN KARDEC

Fragmentos extraídos dos doze primeiros anos da Revista Espírita

Traduzido por Paulo A. Ferreira - pauloaf@ism.com.br

do original CONSEILS, REFLEXIONS, ET MAXIMES D’ALLAN KARDEC

editado por Le Centre Espirite Lionnais Allan Kardec

: « O Espiritismo, tendo por objetivo a melhoria dos homens, não vem em absoluto buscar os que são perfeitos, mas aqueles que se esforçam por se transformar colocando em prática os ensinos dos Espíritos. O verdadeiro Espírita não é aquele que chegou ao objetivo, mas é aquele que quer seriamente atingi-lo. Quaisquer que sejam então seus antecedentes, ele será um bom espírita desde que reconheça suas imperfeições e que seja sincero e perseverante em seu desejo de se corrigir. O Espiritismo é para ele uma verdadeira regeneração, porque rompe com seu passado; indulgente para com os outros como queria que o fossem para com ele, não sairá de sua boca nenhuma palavra malevolente nem injuriosa para as pessoas. Aquele que em uma reunião se afastar da conveniência provará não somente uma falta de saber-viver e de urbanidade, mas uma falta de caridade; aquele que se melindra quando contrariado em suas opiniões e pretende impor sua pessoa ou suas idéias, fará prova de orgulho; ou, nem um nem o outro estará no caminho do verdadeiro Espiritismo, isto é do Espiritismo Cristão. Aquele que crê ter uma opinião mais justa que os outros a faria mais bem aceita pela doçura e pela persuasão; o azedume seria um grande erro de sua parte."

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Discernimento Consciencial

Por Wagner Borges
Se eu citar Jesus e seus ensinamentos e até pregar em seu nome, mas não respeitar a crença dos outros, tudo isso de nada adiantará.
Se eu admirar Krishna e cantar mantras e louvores ao divino, mas não tiver amor pela vida, então estarei perdido em mim mesmo.
Se eu meditar profundamente e falar dos ensinamentos dos rishis, mas não ver o divino em tudo, nada serei realmente.
Se eu seguir os ensinamentos de Buda e, até pregar em nome do iluminado, mas não praticá-los nas lides da vida cotidiana, então tudo continuará em trevas dentro do meu coração.
Se eu falar dos ensinamentos dos mestres, ou dos mentores espirituais, mas não viver com alegria e nem me apaixonar pelo Todo, com certeza terei perdido o tempo de vida e suas experiências.
Se eu falar de Shiva, mas não transformar o meu ego em servidor da luz, de que adiantará?
Se eu falar dos santos, dos boddhisattvas, dos avatares, ou mesmo dos anjos, mas ainda carregar violência em meu coração, tudo permanecerá estranho dentro de mim.
Se eu falar da luz, mas carregar maldade em meus anseios e portar as faixas escuras do ódio no coração, então andarei em trevas.
Se eu falar da Mãe Divina e de sua doçura incondicional, mas projetar as farpas do egoísmo e da maledicência sobre os outros, estarei em miséria consciencial.More…
E se eu estudar os temas conscienciais, mas permanecer cheio de medo diante do invisível e ainda temer as provas do caminho, então só restarão as cinzas de minha ignorância diante do meu olhar de impotência.
Mas, se, mesmo diante das dificuldades, eu assumir o comando de minha consciência e melhorar o que penso, o que sinto e o que faço, então serei eu mesmo melhorado.
E essa é a grande riqueza que alcançarei: eu mesmo melhorado!
Não é o que acredito, que faz o que eu sou. É o que eu sou, realmente, que me faz como sou.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Dizia Khalil Gibran sobre a união


"Nascestes juntos e juntos ficareis para sempre.
Estereis juntos quando as asas brancas da Morte
acabarem com os vossos dias.
Estareis juntos mesmo na memória silenciosa de Deus.
Mas que haja espaços na vossa união e que os ventos
celestiais possam dançar entre vós.
Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor uma prisão;
Deixa antes que seja um mar ondulante entre as margens
das vossas almas.
Enchei a taça um do outro, mas não bebais de uma só taça.
Parti o vosso pão ao meio, mas não comais do mesmo pão.
Como as cordas de uma lira estão sozinhas embora vibrem
ao som da mesma música.
Entregai os vossos corações, mas não ao cuidados um do outro.
E ficai juntos, mas não demasiados juntos, pois os pilares do
templo estão afastados, e o carvalho e o cipreste não crescem
á sombra um do outro..."

em "O Profeta".

terça-feira, 10 de junho de 2008

Lei do amor e da caridade

Não esqueçamos nunca que o espírito, qualquer que seja o grau de seu adiantamento, sua situação como encarnado, ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem que cumprir esses mesmos deveres. Sejamos, pois, caridosos, praticando, não só a caridade que nos faz dar friamente o óbolo que tiramos do bolso ao que nos ousa pedir, mas a que nos leve ao encontro das misérias ocultas. Sejamos indulgentes com os defeitos dos nossos semelhantes. Em vez de votarmos desprezo à ignorância e ao vício, instruamos os ignorantes e moralizemos os viciados. Sejamos brandos e benevolentes para com tudo o que nos seja inferior. Amemos os desgraçados, os criminosos, como criaturas, que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem, como também a nós, pelas faltas que cometemos contra Sua lei. Assim sejamos para com os seres mais ínfimos da criação e teremos obedecido à lei de Deus.


Excertos de “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Processo da reencarnação


Depoimento de um espírito, momentos antes da reencarnação:

"Já estive mais animado — disse ele, triste —; entretanto, agora, falece-me a energia... Sinto-me fraco, incapacitado... Enquanto lutei por obter a transformação de meu futuro pai, experimentava mais confiança e serenidade... agora, porém..., que consegui a dádiva do retorno à luta, tenho receio de novos fracassos...

Dentre todos os irmãos que me assistem agora, Herculano me acompanhará com desvelo e constância... Bem sei. No entanto, o renascimento na carne, com os valores espirituais que já possuímos, representa um fato gravíssimo em nosso processo de elevação... Ai de mim, se cair outra vez!..."

O orientador falou-lhe com afetuosa autoridade:

Restaure sua , regenere a esperança. Não deixe de cooperar com a sua confiança em nosso Labor para o seu próprio benefício. Dê trabalho à sua imaginação criadora. Mentalize os primórdios da condição fetal, formando em sua mente o modelo adequado. Você encontrará na maternidade nobre de Raquel os mais eficientes auxílios e receberá de nós outros a mais decidida colaboração; entretanto, lembre-se de que o seu trabalho individual será muito importante, no setor da adaptação e da recepção, para que triunfe na presente oportunidade. Não perca tempo em expectativas ansiosas, cheias de dores e apreensões. Levante o padrão de suas forças morais.

Um dos Espíritos Construtores, que parecia o chefe do grupo em operações, abraçou-o, comovidamente, e falou:

Contamos com o seu concurso para a divisão da cromatina no útero materno.

A modelagem fetal e o desenvolvimento do embrião obedecem a leis físicas naturais, qual ocorre na organização de formas em outros reinos da Natureza, mas, em todos esses fenômenos, os ascendentes de cooperação espiritual coexistem com as leis, de acordo com os planos de evolução ou resgate. O concurso da espiritualidade, portanto, em processos tais, é uma das tarefas mais comuns.

- André Luiz

O esquecimento do passado


O OLVIDO TEMPORÁRIO

O esquecimento, nessas existências fragmentárias, obedecendo às leis superiores que presidem ao destino, representa a diminuição do estado vibratório do Espírito, em contacto com a matéria. Esse olvido é necessário, e, afastando-se os benefícios espirituais que essa questão implica, à luz das concepções científicas, pode esse problema ser estudado atenciosamente.

Tomando um novo corpo, a alma tem necessidade de adaptar-se a esse instrumento. Precisa abandonar a bagagem dos seus vícios, dos seus defeitos, das suas lembranças nocivas, das suas vicissitudes nos pretéritos tenebrosos. Necessita de nova virgindade; um instrumento virgem lhe é então fornecido. Os neurônios desse novo cérebro fazem a função de aparelhos quebradores da luz; o sensório limita as percepções do Espírito, e, somente assim, pode o ser reconstruir o seu destino. Para que o homem colha benefícios da sua vida temporária, faz-se mister que assim seja.

Sua consciência é apenas a parte emergente da sua consciência espiritual; seus sentidos constituem apenas o necessário à sua evolução no plano terrestre. Daí, a exigüidade das suas percepções visuais e auditivas, em relação ao número inconcebível de vibrações que o cercam.

- Emmanuel - 1938


AS RECORDAÇÕES

Todavia, dentro dessa obscuridade requerida pela sua necessidade de estudo e desenvolvimento, experimenta a alma, às vezes, uma sensação indefinível... é uma vocação inata que a impele para esse ou aquele caminho; é uma saudade vaga e incompreensível, que a persegue nas suas meditações; são os fenômenos introspectivos, que a assediam freqüentemente.

Nesses momentos, uma luz vaga da subconsciência atravessa a câmara de sombras, impostas pelas células cerebrais, e, através dessa luz coada, entra o Espírito em vaga relação com o seu passado longínquo; tais fatos são vulgares nos seres evolvidos, sobre quem a carne já não exerce atuação invencível. Nesses vagos instantes, parece que a alma encarnada ouve o tropel das lembranças que passam em revoada; aversões antigas, amores santificantes, gostos aprimorados, de tudo aparece uma fração no seu mundo consciente; mas, faz-se mister olvidar o passado para que se alcance êxito na luta.

- Emmanuel - 1938

(Ver: Intuição )

O esquecimento do passado

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Simpatias e antipatias terrenas



Os seres, que se conheceram e estimaram, podem encontrar-se noutra existência corporal, porém não se reconhecem. Podem sentir-se atraídos um para o outro. E, freqüentemente, diversa não é a causa de íntimas ligações fundadas em sincera afeição. Um do outro dois seres se aproximam devido a circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que na realidade resultam da atração de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente por entre a multidão.

Nem sempre lhes seria agradável reconhecerem-se. A recordação das passadas existências teria inconvenientes maiores do que imaginais. Depois de mortos, reconhecer-se-ão e saberão que tempo passaram juntos.



A simpatia não tem sempre por princípio um anterior conhecimento. Dois Espíritos, que se ligam bem, naturalmente se procuram um ao outro, sem que se tenham conhecido como homens.



Nem sempre, os encontros que costumam dar-se, entre algumas pessoas e que comumente se atribuem ao acaso, são efeito de uma certa relação de simpatia. Entre os seres pensantes há ligação que ainda não conheceis. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.



A repulsão instintiva que se experimenta por algumas pessoas, se origina do fato de serem Espíritos antipáticos que se adivinham e reconhecem , sem se falarem.