quinta-feira, 29 de maio de 2008

Emmanuel


Emmanuel, exatamente assim, com dois "m" se encontra grafado o nome do espírito, no original francês "L'Évangile Selon le Spiritisme", em mensagem datada de Paris, em 1861 e inserida no cap. XI, item 11 da citada obra, intitulada "O Egoísmo".

O nome ficou mais conhecido, entre os espíritas brasileiros, pela psicografia do médium mineiro Francisco Cândido Xavier. Segundo ele, foi no ano de 1931 que, pela primeira vez, numa das reuniões habituais do Centro Espírita, se fez presente o bondoso espírito Emmanuel.

Descreve Chico: "Via-lhe os traços fisionômicos de homem idoso, sentindo minha alma envolvida na suavidade de sua presença, mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se fazia visível para mim, dentro de reflexos luminosos que tinham a forma de uma cruz."

Convidado a se identificar, apresentou alguns traços de suas vidas anteriores, dizendo-se ter sido senador romano, descendente da orgulhosa "gens Cornelia" e, também sacerdote, tendo vivido inclusive no Brasil.

De 24 de outubro de 1938 a 9 de fevereiro de 1939, Emmanuel transmitiu ao médium mineiro as suas impressões, dando-nos a conhecer o orgulhoso patrício romano Públio Lentulus Cornelius, em vida pregressa Públio Lentulus Sura, e que culminou no romance extraordinário: Há Dois Mil Anos.

Públio é o homem orgulhoso, mas também nobre. Roma é o seu mundo e por ele batalha. Não admite a corrupção, mostrando, desde então, o seu caráter íntegro. Intransigente, sofre durante anos a suspeita de ter sido traído pela esposa a quem ama. Para ela, nos anos da mocidade, compusera os mais belos versos: "Alma gêmea da minhalma/ Flor de luz da minha vida/ Sublime estrela caída/ Das belezas da amplidão..." e, mais adiante: "És meu tesouro infinito/ Juro-te eterna aliança/ Porque eu sou tua esperança/ Como és todo o meu amor!"

Tem a oportunidade de se encontrar pessoalmente com Jesus, mas entre a opção de ser servo de Jesus ou servo do mundo, escolhe a segunda.

Não é por outro motivo que escreve, ao início da citada obra mediúnica: "Para mim essas recordações têm sido muito suaves, mas também muito amargas. Suaves pela rememoração das lembranças amigas, mas profundamente dolorosas, considerando o meu coração empedernido, que não soube aproveitar o minuto radioso que soara no relógio da minha vida de Espírita, há dois mil anos."

Desencarnou em Pompéia, no ano de 79, vítima das lavas do vulcão Vesúvio, cego e já voltado aos princípios de Jesus.

Cincoenta anos depois, no ano de 131, ei-lo já de retorno ao palco do mundo. Nascido em Éfeso, de origem judia, foi escravizado por ilustres romanos que o conduziram ao antigo país de seus ascendentes. Nos seus 45 anos presumíveis, Nestório mostra no porte israelita, um orgulho silencioso e inconformado. Apartado do filho, que também fora escravizado, tornaria a encontrá-lo durante uma pregação nas catacumbas onde ele, Nestório, tinha a responsabilidade da palavra. Cristão desde os dias da infância, é preso e, após um período no cárcere, por manter-se fiel a Jesus, é condenado à morte.

Junto com o filho, Ciro, e mais uma vintena de cristãos, num fim de tarde, foi conduzido ao centro da arena do famoso circo romano, situado entre as colinas do Célio e do Aventino, na capital do Império. Atado a um poste por grossas cordas presas por elos de bronze, esquelético, munido somente de uma tanga que lhe cobria a cintura, até os rins, teve o corpo varado por flechas envenenadas. Com os demais, ante o martírio, canta, dirigindo os olhos para o Céu e, no mundo espiritual, é recebido pelo seu amor, Lívia.

Pelo ano 217, peregrina na Terra outra vez. Moço, podemos encontrá-lo nas vestes de Quinto Varro, patrício romano, apaixonado cultor dos ideais de liberdade.

Afervorado a Jesus, sente confranger-lhe a alma a ignorância e a miséria com que as classes privilegiadas de Roma mantinham a multidão.

O pensamento do Cristo, ele sente, paira acima da Terra e, por mais lute a aristocracia romana, Varro não ignora que um mundo novo se formava sobre as ruínas do velho.

Vítima de uma conspiração para matá-lo, durante uma viagem marítima, toma a identidade de um velho pregador de Lyon, de nome Corvino. Transforma-se em Irmão Corvino, o moço, e se torna jardineiro. Condenado à decapitação, tem sua execução sustada após o terceiro golpe, sendo-lhe concedida a morte lenta, no cárcere.

Onze anos após, renasce e toma o nome de Quinto Celso. Desde a meninice, iniciado na arte da leitura, revela-se um prodígio de memória e discernimento.

Francamente cristão, sofreu o martírio no circo, amarrado a um poste untado com substância resinosa ao qual é ateado fogo. Era um adolescente de mais ou menos 14 anos.

Sua derradeira reencarnação se deu a 18 de outubro de 1517 em Sanfins, Entre-Douro-e-Minho, em Portugal, com o nome de Manoel da Nóbrega, ao tempo do reinado de D. Manoel I, o Venturoso.

Inteligência privilegiada, ingressou na Universidade de Salamanca, Espanha, aos 17 anos. Aos 21, está na faculdade de Cânones da Universidade, onde freqüenta as aulas de direito canônico e de filosofia, recebendo a láurea doutoral em 14 de junho de 1541.

Vindo ao Brasil, foi ele quem estudou e escolheu o local para a fundação da cidade de São Paulo, a 25 de janeiro de 1554. A data escolhida, tida como o dia da Conversão do apóstolo Paulo, pretende-se seja uma homenagem do universitário Manoel da Nóbrega ao universitário Paulo de Tarso.

O historiador paulista Tito Lívio Ferreira, encerra sua obra "Nóbrega e Anchieta em São Paulo de Piratininga" descrevendo: "Padre Manoel da Nóbrega fundara o Colégio do Rio de Janeiro. Dirige-o com o entusiasmo de sempre. Aos 16 de outubro de 1570, visita amigos e principais moradores. Despede-se de todos, porque está, informa, de partida para a sua Pátria. Os amigos estranham-lhe os gestos. Perguntam-lhe para onde vai. Ele aponta para o Céu.

No dia seguinte, já não se levanta. Recebe a Extrema Unção. Na manhã de 18 de outubro de 1570, no próprio dia de seu aniversário, quando completava 53 anos, com 21 anos ininterruptos de serviços ao Brasil, cujos alicerces construiu, morre o fundador de São Paulo.

E as últimas palavras de Manoel da Nóbrega são: 'Eu vos dou graças, meu Deus, Fortaleza minha, Refúgio meu, que marcastes de antemão este dia para a minha morte, e me destes a perseverança na minha religião até esta hora.'

E morreu sem saber que havia sido nomeado, pela segunda vez, Provincial da Companhia de Jesus no Brasil: a terra de sua vida, paixão e morte."

Fonte: Federação Espírita do Paraná

Amor


Amar é servir, compreender, auxiliar, abençoar, libertar... Que o teu amor seja paz e vida, alegria e esperança naqueles a quem ofertas dedicação e carinho. Não te permitas entravar os passos dos entes queridos com grilhões psicológicos, porque toda afeição possessiva é sinônimo de sofrimento.

EMMANUEL - Psicografado por Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sofrimento


"Uma ostra que não foi ferida não produz pérola"

As pérolas são feridas curadas

Pérolas são produto da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola é formada.
Uma ostra que não foi ferida, de modo algum, (não) produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada:

  • Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de um amigo?

  • Já foi acusado de ter dito coisas que não disse?

  • Suas idéias já foram rejeitadas?

Então produza uma pérola... cubra suas mágoas e as rejeições sofridas com camadas e camadas de amor.

Mensagem anônima

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Instinto

1. Tendência natural; aptidão inata.
2. Força de origem biológica, própria do homem e dos animais superiores, que atua de modo inconsciente, espontâneo, automático, independente de aprendizado.
3. Espécie de inteligência rudimentar que dirige os seres vivos em suas ações, à revelia de sua vontade e no interesse de sua conservação. O instinto torna-se inteligência instinto, age-se sem raciocinar; pela inteligência, raciocina-se antes de agir. No homem, confundem-se freqüentemente as idéias instintivas com as idéias intuitivas. Estas últimas são as que ele hauriu, quer no estado de desdobramento, quer nas existências anteriores e das quais ele conserva uma vaga lembrança.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O sofrimento é opcional


O jantar tinha sido especial.

Afinal era nossa primeira noite juntos. Todos queriam saber um pouco de cada um. Começávamos nossa caminhada por La Paz na Bolívia e iríamos terminar em Lima no Peru. Buscávamos mais conhecimentos sobre nosso Eu interior.
Sthan Xannia era nosso guia.

Na manhã seguinte deveríamos acordar às 6 horas e o novo dia já se fazia presente. Cansados fomos logo deitar.
Nem bem havia iniciado meu sono alguém batia na porta de nosso quarto. Era Sthan que disse:
- Preciso de você, venha até meu quarto por favor.
Claro, só vou tirar o pijama.
Fui mais rápido que pude e lá encontrei Sthan atendendo-a. Omitirei seu nome pois quem ela é não faz diferença. O importante é o que ela passou e como conseguiu superar.
- Saul, Preciso de sua energia. Disse Sthan...
Claro, conte comigo.
Trabalhamos firme. Ela chorava. Sthan entoava mantras indígenas, usava o chocalho.
A seu pedido dei minha mão a ela e junto todo o carinho e o amor que tinha. A pedido de Sthan fui buscar o Pau de Fogo que havia comprado pela tarde. Trata-se de um defumador poderoso. Fez uso dele.

Contou como seu esposo e filho tinham sido metralhados e a maneira brutal como haviam desencarnado. Um assalto seguido de seqüestro. Sua dor era enorme. Podia sentir a vibração de sua mão transmitindo esta energia.

Aos poucos foi se acalmando, dominando suas forças, trabalhando a sua energia interna e sua mente. Quando Sthan concluiu o trabalho todos transpirávamos.
Olhou para mim e disse: Ela agradece.

Entendi que eu havia concluído minha missão. Beijei-os e fui dormir.
Os dias foram passando e ela sofreu uma transformação incrível. Mudou, tornou-se mais alegre. Um dia, num momento oportuno conversei com Sthan sobre o assunto e a grande transformação que todos havíamos tido em nossa viagem.

Ele disse-me:

- Saul, lamentavelmente a dor é sempre necessária. Faz parte de nossa missão na terra. Porém, o sofrimento é opcional. A dor é necessária, mas o sofrimento é opcional. Insisto em dizer. Ela só compreendeu isso.
Deixou de sofrer por compreender que este sofrimento é desnecessário e só ela consegue abandonar, tomar esta decisão. Viver sem sofrimento é nossa opção.

Hoje eu sei disso e procuro transmitir para as pessoas que me cercam. A verdade é simples, difícil é aceitarmos a sua simplicidade.

Nos veremos em breve. Beijo na alma.

Saul Brandalise Jr. é escritor e colaborador do Vidanova.com
Email: saul@vidanova.com

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Fecundação


Através dos condutos naturais, corriam os elementos sexuais masculinos (espermatozóides), em busca do óvulo, como se estivessem preparados de antemão para urna prova eliminatória, em corrida de três milímetros, aproximadamente, por minuto. Surpreendido, reconheci que o número deles se contava por milhões e que seguiam, em massa, para a frente, em impulso instintivo, na sagrada competição.

No silêncio sublime daqueles minutos, compreendi que Alexandre (espírito orientador de André Luiz), em vista de ser o missionário mais elevado do grupo em operação de auxílio, dirigia os serviços graves da ligação primordial. Segundo depreendi, ele podia ver as disposições cromossômicas de todos os princípios masculinos (espermatozóides) em movimento, depois de haver observado, atentamente, o futuro óvulo materno, presidindo ao trabalho prévio de determinação do sexo do corpo a organizar-se.

Após acompanhar, profundamente absorto no serviço, a marcha dos minúsculos competidores que constituíam a substância fecundante, identificou o mais apto, fixando nele o seu potencial magnético, dando-me a idéia de que o ajudava a desembaraçar-se dos companheiros para que fosse o primeiro a penetrar a pequenina bolsa maternal. O elemento focalizado por ele ganhou nova energia sobre os demais e avançou rapidamente na direção do alvo. A célula feminina que, em face do microscópico projetil espermático, se assemelhava a um pequeno mundo arredondado de açúcar, amido e proteínas, aguardando o raio vitalizante, sofreu a dilaceração da cutícula, à maneira de pequenina embarcação torpedeada, e enrijeceu-se, de modo singular, cerrando os poros tenuíssimos, como se estivesse disposta a recolher-se às profundezas de si mesma, a fim de receber, face a face, o esperado visitante, e impedindo a intromissão de qualquer outro dos competidores, que haviam perdido a primeira posição na grande prova. Sempre sob o influxo luminoso-magnético de Alexandre, o elemento vitorioso prosseguiu a marcha, depois de atravessar a periferia do óvulo, gastando pouco mais de quatro minutos para alcançar o seu núcleo. Ambas as forças, masculina e feminina, formavam agora uma só, convertendo-se ao meu olhar em tenuíssimo foco de luz. O meu orientador, absolutamente entregue ao seu trabalho, tocou a pequenina forma com a destra, mantendo-se no serviço de divisão da cromatina, cujas particularidades são ainda inacessíveis à minha compreensão, conservando a atitude do cirurgião seguro de si, na técnica operatória. Em seguida Alexandre ajustou a forma reduzida do reencarnante, que se interpenetrava com o organismo perispirítico da mãe, sobre aquele microscópico globo de luz, impregnado de vida, e observei que essa vida latente começou a movimentar-se.

Havia decorrido precisamente um quarto de hora, a contar do instante em que o elemento ativo ganhara o núcleo do óvulo passivo.

Depois de prolongada aplicação magnética, que era secundada pelo esforço dos Espíritos Construtores, Alexandre aproximou-se de mim e falou: — Está terminada a operação inicial de ligação. Que Deus nos proteja.

Sentindo a admiração com que eu seguia, agora, o processo da divisão celular, em que se formava rapidamente a vesícula de germinação, o orientador acentuou:

  • O organismo maternal fornecerá todo o alimento para a organização básica do aparelho físico,

  • enquanto a forma reduzida do reencarnante, como vigoroso modelo, atuará como imã entre limalhas de ferro, dando forma consistente à sua futura manifestação no cenário da Crosta.

- André Luiz -